Quem somos
Nasceu no concelho de Montemor-o-Velho
em 28 de fevereiro de 1977 e por ele multiplicou estruturas, serviços e
valências, prosseguiu pelo concelho da Figueira da Foz, onde também já
possui um leque bastante diversificado de respostas, acolheu utentes e
solicitações dos concelhos limítrofes, estabeleceu laços e parcerias com
outras organizações congéneres, nacionais, europeias e africanas,
aderiu a Uniões, Federações, Associações, Projectos Integrados e Redes,
firmou acordos, contratos, protocolos e convenções, desafiou e foi
desafiada, inovou, experimentou e recriou modelos e estratégias, fez-se
IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social, ADL - Associação
de Desenvolvimento Local e ONGD - Organização Não Governamental para a
Cooperação e Desenvolvimento...
À altura
sob a designação de Infantário Jardim de Infância de Montemor-o-Velho,
foi fundada por um grupo de ativistas locais e a sua primeira valência
(Creche e Jardim de Infância) abriu as portas para responder às
necessidades das famílias do Concelho de Montemor-o-Velho, com particular destaque das mulheres trabalhadoras. Seis anos depois, após diversas iniciativas centradas na
problemática da criança e do seu desenvolvimento global e integrado,
designadamente através de um correto enquadramento técnico-pedagógico e
de uma visão construtivista da sociedade, também a 28 de fevereiro,
surgiu o primeiro ATL, nesse tempo, ainda como experiência piloto quer a
nível distrital, quer a nível nacional.
Faça-se agora mesmo uma curta
pausa para dizer que nesta altura a Associação já havia ganho a sólida
consciência de que a sua missão se centrava na criança e em tudo o que
lhe dissesse respeito, e que o seu próprio crescimento e expansão, se
deveria inspirar no crescimento e expansão, digamos, duma criança
virtual que representasse todas as crianças: a criança dita normal, a
criança dita deficiente, a criança dita socialmente problemática, a
criança dita rica, a criança dita pobre, a criança dita maltratada, a
família da criança, enfim, a criança que cresce e está sujeita a todas
as vicissitudes e também a criança que se desenvolve e anseia por novas
respostas.
Em 1986, depois de alugar e
remodelar um antigo celeiro, cria o primeiro espaço desportivo coberto
da freguesia de Montemor e passa a organizar, mais como instrumento de
intervenção social do que para exercício formal de competição,
diferentes atividades desportivas (Karaté, Ténis de Mesa, Ginástica
Infantil, Canoagem e Ginástica de Manutenção) que, de forma gradual e
calculada, acabaram por resultar no Núcleo de Formação Desportiva e
alguns anos depois no atual Departamento do Desporto.
Em 1987, já envolvidos em
múltiplas ações e projetos de animação e desenvolvimento comunitário,
chegou à conclusão que era imprescindível ultrapassar os limites da Vila
e alargar o âmbito de atuação às restantes freguesias do concelho. A
rede de transportes não correspondia à crescente procura dos serviços
existentes e a capacidade física dos centros começava a estar esgotada,
constatação que encontrou eco junto dos serviços distritais da Segurança
Social e viabilizou a abertura sucessiva dos ATL's de Gatões, Seixo,
Liceia, Carapinheira, Tentúgal, Ereira, Verride, Formoselha e Santo
Varão, e também dos Jardins de Infância de Gatões e Liceia, o Centro de
Estimulação Precoce de Montemor e o Centro Infante Dom Pedro de
Tentúgal.
Entretanto, o desenrolar da
organização e o reforço estrutural verificado, a par com a percepção da
importância do seu papel e a introdução de novas políticas sociais, a Associação, a fervilhar de energia e vontade de não desperdiçar
oportunidades, diversificou atividades e fontes de financiamento e,
consciente da sua responsabilidade, passou a envolver-se em tudo quanto
pudesse atrair para Montemor recursos e meios que servissem as enormes
carências e necessidades ainda existentes, sendo disso exemplo as áreas
que veio a abraçar com afinco e empenhamento: o social, a cultura, o
desporto, a educação, a formação profissional, as novas tecnologias de
informação, a animação sociocultural, a juventude, a deficiência, os
direitos e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a
prevenção das toxicodependências, o combate à violência, a economia
social e o desenvolvimento local em geral, entre outras.
Não será de estranhar, então, a
materialização e participação em iniciativas como o Projeto ATL à
Beira-Mar, a Feira Nacional de Artesanato e Cultura Popular, o Cantar da
Pequenada, o Carnaval para a Infância e Juventude, o PIIP - Projeto
Integrado de Intervenção Precoce; o Apoio Pré-Natal; o Espaço Rosa dos
Ventos, o Centro de Férias da Quinta da Várzea (Figueira da Foz), o
Grupo de Intervenção Social Comunitária, o Grupo Gestor/Coordenador das
Colónias de Férias ao nível distrital, ou a organização de Seminários,
Colóquios, Conferências, Ações de Formação, Projetos de
Desenvolvimento Integrado, etc, etc, numa panóplia quase impossível de
descrever e que para o caso se tornaria extenuante enunciar.
A compreensão dos desafios que
então se colocaram e os mecanismos postos à disposição, impuseram um
novo ritmo na cadência e consistência dos projetos e permitiram dar azo
à imaginação, que é o mesmo que dizer, encontrar motivação e respostas
até aí inexistentes, capazes de satisfazer muitas das ansiedades
infelizmente adiadas e condicionadas pela insuficiência de instrumentos
para as materializar.
O conceito de cidadania, a mobilidade, a troca de
experiências, a inovação metodológica, o funcionamento em rede, a
integração de esforços e recursos e a globalização, entre outras ideias
que foram sendo paulatinamente assimiladas pela sociedade civil e pelos
cidadãos, acabaram por se transformar no elixir que faltava e, embora
com objetivos precisos e regras suficientemente claras, no ponto de
partida para mais uma etapa sem fim à vista. Não sendo estranho
portanto, a participação em diversas parcerias transnacionais e a
integração de duas Organizações Não Governamentais Europeias, o
Inter'act e o Contact 2103, no âmbito das quais foram desenvolvidos e
dinamizados vastíssimos projetos e iniciativas.
E com naturalidade, porque
preparada e receptiva, encetou a Associação, a partir desse preciso
momento, uma marcha extremamente difícil de sintetizar, mas muito
agradável de viver. As áreas de atuação ganharam outro fôlego e os
projetos sucederam-se, os contatos internacionais aprofundaram a
convicção europeia e cimentaram a competência metodológica, o reforço
técnico possibilitou o aumento da eficácia e a capacidade conceptual, e a
credibilidade - felizmente reconhecida e frequentemente apontada -
facilitou a afirmação de um modelo que não sendo exclusivista, era
contudo inovador e portador de uma vontade inabalável de ser útil a
todos em geral e a cada um em particular.
Duas Escolas Profissionais, que vieram a justificar 10 anos mais tarde a criação da Associação Diogo de Azambuja em cooperação com outras sete entidades concelhias; a constituição da Federação das Associações do Concelho de Montemor; a participação na constituição da AD ELO - Associação de Desenvolvimento da Bairrada e Mondego; a adesão à Rede Regional para o Emprego no Baixo-Mondego; a integração do Projeto de Luta Contra a Pobreza de Montemor e das Comissões Locais de Acompanhamento do Rendimento Mínimo Garantido dos Concelhos de Montemor e Figueira da Foz; participação na criação das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Risco de Montemor e Figueira; a abertura da AFMP Figueira da Foz e a consequente instalação de respostas de toda a ordem (Formação, Cultura, Juventude, 4 ATL's, Creche, Jardim de Infância, Empresa de Inserção, Oficina de Expressões para a Etnia Cigana, Centro de Motivação para Toxicodependentes, Projetos de Prevenção da Toxicodependência e Equipa de Rua, Centro de Desenvolvimento Local de Maiorca, Museu Popular da Freguesia de Maiorca, Projeto de Recuperação de Moinhos na Freguesia de Moinhos da Gândara... etc.); a Galeria de Arte Augusto Pereira, quatro Empresas de Inserção; o Centro de Estudos e Desenvolvimento do Espaço Rural; o Observatório Concelhio; o Centro de Recursos em Conhecimento; os Centros de Formação e Educação Popular de Gatões e Maiorca, em colaboração com a ANEFA - Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos; cinco Pólos de Desenvolvimento Local no Concelho de Montemor; o Projeto NOW por Montemor 1 e 2, (Iniciativa NOW); o Projeto Peregrinação (Integrar); os Projetos Ser Criança; o Projecto INEU, o Projeto RURIS; mais ATL's no Concelho de Coimbra e Vila Nova de Cerveira; colaboração em Projetos de desenvolvimento no Alto Alentejo, Pampilhosa da Serra e Cortes; conquista dos primeiros prémios português e europeu no Concurso "Euro: Uma moeda para todos"; o reconhecimento pelo Instituto da Cooperação Portuguesa como ONG para a Cooperação e Desenvolvimento; o Projeto Violência entre Laços, no âmbito do Daphne; a colaboração e apoio ao projeto de Construção de uma Pista Olímpica de Remo e Canoagem em Montemor; a criação do Serviço de Saúde e Cuidados Sociais; a instalação de um Gabinete Permanente em Bruxelas e o trabalho com a comunidade portuguesa e respetivas associações de emigrantes....